PARÓQUIA DE SÃO MIGUEL ARCANJO DE GUAÇUÍ ES
A Paróquia de São Miguel Arcanjo - Guaçuí - ES (Diocese de Cachoeiro de Itapemirim - ES) tem como Pároco o Pe. Genivaldo Marcolan Laquini; e conta com a colaboração do Pe. Pedro Fossi, Pe Vagner, Pe. Bruno Cadart, Diáconos Miguel Aparecido Teodoro e Lorival Dutra Miranda, bem como das Irmãs Sacramentinas de Bérgamo.
Seja Bem Vindo!
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sábado, 13 de dezembro de 2008
BREVE HISTÓRICO DA MATRIZ DE SÃO MIGUEL ARCANJO DE GUAÇUÍ ES
*Diácono Miguel A. Teodoro
No Livro do Tombo da Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES, o Monsenhor Miguel de Sanctis – Patriarca religioso - a partir de 1918 inicia sua narrativa reportando-se às reminiscências do passado, com citações referentes aos anos de 1863 e 1869 e, perdendo-se nessas reminiscências, registra os motivos que fizera com que seu bispo o nomeasse para vir substituir o então reverendíssimo Sr. Pe. Carlos Regattieri.
Padre Carlos entregou ao Monsenhor Miguel, apenas os livros de batizados e casamentos pois, os livros paroquianos não existiam, o que comprova a ausência de registros relacionados ao histórico da Matriz.
Assim, de 1860, temos apenas as informações de que no local onde, hoje, está erigida a Matriz, fora construída uma pequena capela em louvor a São Miguel. De 1860 até 1918, não há documentos e nem registros que afirmam tal fato.
Porém, até 1895, sabe-se que a capela, que aqui foi erigida, estava sob a jurisdição do bispado de Mariana. Neste mesmo ano, a pequena Paróquia era submetida sob a jurisdição do recém criado bispado da Província do Espírito Santo.
Segundo narra os escritos registrados pelo Monsenhor Miguel, quando ele aqui chegou, em 11 de dezembro de 1918, tanto o templo da pequena capela quanto a Igreja em si, encontravam-se em estado de completo abandono: a falta de asseio, somada à pobreza e miséria do lugar, eram enormes. O lado moral do povo estava, também, muito descuidado e o povo não era doutrinado cristãmente.
Para superar a situação religiosa precária em que se encontrava o povo, ele começa celebrar e a pregar e, de início cria as primeiras escolas de catecismo, na capela erigida em 1859 e em todas as capelas que estavam sob a sua direção. As freqüências dos paroquianos às celebrações eram praticamente nulas.
Dizia o jovem padre: “mesmo que se queimem todas as esperanças, por certo, ainda restarão as suas cinzas”. E, movido por um Espírito abrasador, solicita ao Senhor Bispo que se dignasse a enviar missionários para ajudá-lo a inflamar os corações dos paroquianos.
Desde a sua chegada, em 1918, a pequena paróquia tomara novos rumos e, ele se impôs pela sua personalidade perseverança, cultura e dedicação. A solicitação que fizera ao Senhor Bispo é atendida e, em 10 de setembro de 1919, os missionários fizeram pregação na sede da Freguezia, durante dez dias, e permaneceram até o dia 25 de novembro de 1919, percorrendo um total de seis capelas.
No dia 29 de setembro de 1920, o Pe. Miguel formou a primeira comissão para tratar da construção do novo templo. A comissão ficou assim constituída:
• Presidente: Padre Miguel de Sanctis.
• 1º Vice-Presidente: Coronel Cláudio Miranda.
• 2º Vice-Presidente: Coronel Joaquim de Aguiar
• 1º Tesoureiro: Coronel Virgílio de Aguiar.
• 2º Tesoureiro: Capitão Athaídes Ribeiro
• Secretário: Capitão Custódio Martins Carneiro.
Durante três longos anos nada foi feito, em conseqüência de alguns conflitos originados da cobrança do aforamento. O Senhor Bispo diocesano quis regularizar tudo a respeito do patrimônio paroquial, o que o fez nomear o Pe. José Lidwin para tratar das medições das terras e escolher o fabriqueiro. O fabriqueiro media posses.
Como a propriedade da Igreja havia sido invadida, o fabriqueiro escolhido, o Sr. Benedito, encontrou dificuldades em razão da resistência demonstrada por alguns invasores de terras, o que o torna passível de ameaças graves, pois, a diocese exigia a indenização referente às terras invadidas.
Somente o Senhor Custódio Martins Carneiro e D. Maria Ambrozina Castro, cumpriram a missão de pagar tal indenização. Os demais, considerados fraudadores, deixaram tanto a paróquia quanto a diocese no prejuízo, fato que colaborou para que o primeiro fabriqueiro não concluísse seu trabalho. Desse modo, foi nomeado um segundo, o Sr. Euclides Debbons cuja passagem foi marcada por atos inescrupulosos e, essa função foi concluída pelo Sr. Edward Emery.
Encontra-se, ainda, registrado no Livro de Tombo, a transcrição de uma escritura registrada no Livro de Notas do Cartório do Tabelião Custódio Martins Carneiro, que reza o seguinte:
“no dia 09 de novembro de 1863, a Sra. Alzira Maria do Espírito Santo, o Sr. João José Justino Maria, o Sr. Alexandre Pereira Monteiro e outros, fizeram uma doação de terras, num total de um alqueire a São Bom Jesus do Veado”. Mais tarde, outra doação foi feita: Os Srs. José Benedito Viana e Silvestre Joaquim da Rosa doaram terras, num total de dois alqueires a São Bom Jesus, com escritura particular, datada de 23 de novembro de 1869.
Ambas as doações foram feitas e seus impostos quitados no dia 30 de abril de 1904.
Assim, com todos os bens regularizados, as obras da Matriz foram iniciadas exatamente três anos após a constituição da primeira comissão organizadora e responsável pela construção que teve início no dia 29 de setembro de 1923, às quatro horas da tarde, quando foi celebrada a Cerimônia da Benção da Pedra Fundamental.
A planta havia sido aprovada pelo Senhor Bispo diocesano. Suas dimensões eram as seguintes: 30 metros de comprimento, 14 metros de largura, 10 de altura com uma torre de 28 metros. Os alicerces com 80 cm e as paredes com 50 cm.
Para iniciá-la, foram convidados os seguintes profissionais: construtor: Sr. Francisco Tallon, um italiano residente em Muniz Freire – ES; Carpinteiro-chefe: o Sr. Américo Lopes de Faria Lemos – MG; Pintor do teto e paredes: Sr. Benedito Simões; Engenheiro dos Altares: Sr.Luís Matheli; e, para montar os três altares: o artífice Senhor Adolpho Oslegher . Já, os sinos, ficara sob a responsabilidade da Casa Stemberg do Rio de Janeiro, de importá-los da Alemanha.
Com a bênção da Pedra Fundamental, em solenidade festiva, deu-se início à construção da obra, mas o povo não acreditava na sua realização, pois várias tentativas em construí-la, haviam sido feitas na gestão do Pe. Bianor Emílio que antecedera ao Pe. Carlos Regathieri.
A comissão de obras, formada por Pe. Bianor, não prestou contas do dinheiro arrecadado e nem dos 20 mil tijolos, bem como de 400 sacas de cal , que haviam sido adquiridos e que misteriosamente desapareceram. Mais tarde comprovou-se que o dinheiro e os materiais arrecadados, foram utilizados em obras particulares dos membros da comissão de obras formada pelo Pe. Bianor. Devido à sua ética moral, Pe. Miguel não registrou os nomes dos membros que compunham essa comissão que houvera sido formada por Pe. Bianor.
Desacreditado, só e sem dinheiro, movido apenas pela fé em Deus, Pe. Miguel autorizou o início das obras. Sem nenhum recurso financeiro dispôs-se a trabalhar como auxiliar dos construtores para torná-la uma realidade. Somente quando os primeiro resultados começaram a aparecer e a obra foi tomando vulto, é que os paroquianos sentiram que ela poderia ser concluída.
De porta em porta, o Padre. pedia dinheiro para executá-la. Dia a dia, mês a mês, ano após ano, a comissão formada por Pe. Miguel, em 29 de setembro de 1920, não desanimara. Com a confiança restaurada e podendo contar com a colaboração e o entusiasmo dos fiéis, mais oficiais puderam ser contratados e, finalmente, em finais de 1928, as obras fora concluídas, sendo inaugurada em 29 de setembro de 1929.
Assim, a capela erigida, em 1859, por José Aguiar de Valin e Luís Francisco de Carvalho, cedeu lugar ao novo templo. A última missa celebrada na referida capela aconteceu em 29 de setembro de 1924, ano no qual a capela do Colégio São Geraldo foi nomeada Matriz provisória.
Fato curioso é que, ao demolirem a capela velha, inúmeras ossadas humanas foram encontradas pelos oficiais contratados e seus auxiliares. Tantos sepultamentos os levaram a concluir que a velha matriz havia sido erigida sobre um cemitério. De lá, as ossadas foram sepultadas onde hoje se encontra o cemitério localizado atrás da Matriz.
Apesar de tantas dificuldades encontradas para a construção da nova Matriz, em 1924, foi arrecadado dos paroquianos desta localidade, a pedido do Senhor Bispo diocesano, dinheiro para ajudar na construção do Cristo Redentor da cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal, num montante de 1.200,000 réis.
* Professor de História da Igreja. Mestre em História Social do Trabalho pela USS/RJ
No Livro do Tombo da Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES, o Monsenhor Miguel de Sanctis – Patriarca religioso - a partir de 1918 inicia sua narrativa reportando-se às reminiscências do passado, com citações referentes aos anos de 1863 e 1869 e, perdendo-se nessas reminiscências, registra os motivos que fizera com que seu bispo o nomeasse para vir substituir o então reverendíssimo Sr. Pe. Carlos Regattieri.
Padre Carlos entregou ao Monsenhor Miguel, apenas os livros de batizados e casamentos pois, os livros paroquianos não existiam, o que comprova a ausência de registros relacionados ao histórico da Matriz.
Assim, de 1860, temos apenas as informações de que no local onde, hoje, está erigida a Matriz, fora construída uma pequena capela em louvor a São Miguel. De 1860 até 1918, não há documentos e nem registros que afirmam tal fato.
Porém, até 1895, sabe-se que a capela, que aqui foi erigida, estava sob a jurisdição do bispado de Mariana. Neste mesmo ano, a pequena Paróquia era submetida sob a jurisdição do recém criado bispado da Província do Espírito Santo.
Segundo narra os escritos registrados pelo Monsenhor Miguel, quando ele aqui chegou, em 11 de dezembro de 1918, tanto o templo da pequena capela quanto a Igreja em si, encontravam-se em estado de completo abandono: a falta de asseio, somada à pobreza e miséria do lugar, eram enormes. O lado moral do povo estava, também, muito descuidado e o povo não era doutrinado cristãmente.
Para superar a situação religiosa precária em que se encontrava o povo, ele começa celebrar e a pregar e, de início cria as primeiras escolas de catecismo, na capela erigida em 1859 e em todas as capelas que estavam sob a sua direção. As freqüências dos paroquianos às celebrações eram praticamente nulas.
Dizia o jovem padre: “mesmo que se queimem todas as esperanças, por certo, ainda restarão as suas cinzas”. E, movido por um Espírito abrasador, solicita ao Senhor Bispo que se dignasse a enviar missionários para ajudá-lo a inflamar os corações dos paroquianos.
Desde a sua chegada, em 1918, a pequena paróquia tomara novos rumos e, ele se impôs pela sua personalidade perseverança, cultura e dedicação. A solicitação que fizera ao Senhor Bispo é atendida e, em 10 de setembro de 1919, os missionários fizeram pregação na sede da Freguezia, durante dez dias, e permaneceram até o dia 25 de novembro de 1919, percorrendo um total de seis capelas.
No dia 29 de setembro de 1920, o Pe. Miguel formou a primeira comissão para tratar da construção do novo templo. A comissão ficou assim constituída:
• Presidente: Padre Miguel de Sanctis.
• 1º Vice-Presidente: Coronel Cláudio Miranda.
• 2º Vice-Presidente: Coronel Joaquim de Aguiar
• 1º Tesoureiro: Coronel Virgílio de Aguiar.
• 2º Tesoureiro: Capitão Athaídes Ribeiro
• Secretário: Capitão Custódio Martins Carneiro.
Durante três longos anos nada foi feito, em conseqüência de alguns conflitos originados da cobrança do aforamento. O Senhor Bispo diocesano quis regularizar tudo a respeito do patrimônio paroquial, o que o fez nomear o Pe. José Lidwin para tratar das medições das terras e escolher o fabriqueiro. O fabriqueiro media posses.
Como a propriedade da Igreja havia sido invadida, o fabriqueiro escolhido, o Sr. Benedito, encontrou dificuldades em razão da resistência demonstrada por alguns invasores de terras, o que o torna passível de ameaças graves, pois, a diocese exigia a indenização referente às terras invadidas.
Somente o Senhor Custódio Martins Carneiro e D. Maria Ambrozina Castro, cumpriram a missão de pagar tal indenização. Os demais, considerados fraudadores, deixaram tanto a paróquia quanto a diocese no prejuízo, fato que colaborou para que o primeiro fabriqueiro não concluísse seu trabalho. Desse modo, foi nomeado um segundo, o Sr. Euclides Debbons cuja passagem foi marcada por atos inescrupulosos e, essa função foi concluída pelo Sr. Edward Emery.
Encontra-se, ainda, registrado no Livro de Tombo, a transcrição de uma escritura registrada no Livro de Notas do Cartório do Tabelião Custódio Martins Carneiro, que reza o seguinte:
“no dia 09 de novembro de 1863, a Sra. Alzira Maria do Espírito Santo, o Sr. João José Justino Maria, o Sr. Alexandre Pereira Monteiro e outros, fizeram uma doação de terras, num total de um alqueire a São Bom Jesus do Veado”. Mais tarde, outra doação foi feita: Os Srs. José Benedito Viana e Silvestre Joaquim da Rosa doaram terras, num total de dois alqueires a São Bom Jesus, com escritura particular, datada de 23 de novembro de 1869.
Ambas as doações foram feitas e seus impostos quitados no dia 30 de abril de 1904.
Assim, com todos os bens regularizados, as obras da Matriz foram iniciadas exatamente três anos após a constituição da primeira comissão organizadora e responsável pela construção que teve início no dia 29 de setembro de 1923, às quatro horas da tarde, quando foi celebrada a Cerimônia da Benção da Pedra Fundamental.
A planta havia sido aprovada pelo Senhor Bispo diocesano. Suas dimensões eram as seguintes: 30 metros de comprimento, 14 metros de largura, 10 de altura com uma torre de 28 metros. Os alicerces com 80 cm e as paredes com 50 cm.
Para iniciá-la, foram convidados os seguintes profissionais: construtor: Sr. Francisco Tallon, um italiano residente em Muniz Freire – ES; Carpinteiro-chefe: o Sr. Américo Lopes de Faria Lemos – MG; Pintor do teto e paredes: Sr. Benedito Simões; Engenheiro dos Altares: Sr.Luís Matheli; e, para montar os três altares: o artífice Senhor Adolpho Oslegher . Já, os sinos, ficara sob a responsabilidade da Casa Stemberg do Rio de Janeiro, de importá-los da Alemanha.
Com a bênção da Pedra Fundamental, em solenidade festiva, deu-se início à construção da obra, mas o povo não acreditava na sua realização, pois várias tentativas em construí-la, haviam sido feitas na gestão do Pe. Bianor Emílio que antecedera ao Pe. Carlos Regathieri.
A comissão de obras, formada por Pe. Bianor, não prestou contas do dinheiro arrecadado e nem dos 20 mil tijolos, bem como de 400 sacas de cal , que haviam sido adquiridos e que misteriosamente desapareceram. Mais tarde comprovou-se que o dinheiro e os materiais arrecadados, foram utilizados em obras particulares dos membros da comissão de obras formada pelo Pe. Bianor. Devido à sua ética moral, Pe. Miguel não registrou os nomes dos membros que compunham essa comissão que houvera sido formada por Pe. Bianor.
Desacreditado, só e sem dinheiro, movido apenas pela fé em Deus, Pe. Miguel autorizou o início das obras. Sem nenhum recurso financeiro dispôs-se a trabalhar como auxiliar dos construtores para torná-la uma realidade. Somente quando os primeiro resultados começaram a aparecer e a obra foi tomando vulto, é que os paroquianos sentiram que ela poderia ser concluída.
De porta em porta, o Padre. pedia dinheiro para executá-la. Dia a dia, mês a mês, ano após ano, a comissão formada por Pe. Miguel, em 29 de setembro de 1920, não desanimara. Com a confiança restaurada e podendo contar com a colaboração e o entusiasmo dos fiéis, mais oficiais puderam ser contratados e, finalmente, em finais de 1928, as obras fora concluídas, sendo inaugurada em 29 de setembro de 1929.
Assim, a capela erigida, em 1859, por José Aguiar de Valin e Luís Francisco de Carvalho, cedeu lugar ao novo templo. A última missa celebrada na referida capela aconteceu em 29 de setembro de 1924, ano no qual a capela do Colégio São Geraldo foi nomeada Matriz provisória.
Fato curioso é que, ao demolirem a capela velha, inúmeras ossadas humanas foram encontradas pelos oficiais contratados e seus auxiliares. Tantos sepultamentos os levaram a concluir que a velha matriz havia sido erigida sobre um cemitério. De lá, as ossadas foram sepultadas onde hoje se encontra o cemitério localizado atrás da Matriz.
Apesar de tantas dificuldades encontradas para a construção da nova Matriz, em 1924, foi arrecadado dos paroquianos desta localidade, a pedido do Senhor Bispo diocesano, dinheiro para ajudar na construção do Cristo Redentor da cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal, num montante de 1.200,000 réis.
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